Pedro Broucherie escreveu seu primeiro livro "Cemitério dos Prazeres", livro este que já li todo em 2 dias!
Até para quem não gosta de ler (que não é de forma alguma o meu caso) lê facilmente este livro! É um livro de fácil leitura e divertido!
Todo o seu sentido critico segue uma lógica apesar de por vezes ser extremista, mas a verdade é que é o nosso país e quanto a isso ada podemos fazer a não ser "dar razão ao ecsritor".
Pedro critica o facebook, referindo que ainda não entendeu muito bem as respectivas vantagens e beneficios. Eu só tenho a concordar com ele. Como ele próprio diz o facebook é uma diarreia mental par os inseguros e frustrados que querem demonstrar aquilo que são e querem se fingir cultos e importantes. Se formos analisar bem as coisas, a verdade é que quem tem tanta necessidade de postar fotos suas no facebook é porque quer mostrar algo aos outros, e necessita de o mostrar porque existe alguma insuficiência ou insegurança no seu próprio ego! Além do mais, tudo aquilo que se escreve nos murais não passam de conversas da "treta", sem conteúdo e sem cultura! É o lenga a lenga da conquista virtual, apenas para encherem o próprio ego que já há muito está vazio!
O escritor critica tantas outras coisas... uma delas o facto dos portugueses serem óbvios e de não terem conversas interessantes. As conversas são mais que previsiveis... Por exemplo, quando alguém diz que tem alguém doente na familia, surgem logo mil diagnósticos de pessoas que não têm quaisquer habilitações no âmbito da saúde. Quando alguém diz que foi a um retsaurante belissimo, a resposta do outro é imediata dizendo "Ah, mas aquele é bem melhor". Pedro refere ainda que o português tem o péssimo vicio de dizer a expressão "não é nada de jeito", como se isso definisse o que quer que fosse.
Tudo o que pedro escreve ao longo do seu livro está certo, e por mais que nos custo é a mais pura das verdades. Pena tenho eu de nunca ter tido a oportnidade de flar com uma pessoa assim.
Ele é inteligente e não necessita da aprovação de terceiros para referir aquilo que pensa e manter a sua atitude.
Falou ainda dos diversos e constantes jantares que o tipico "tuga" gosta de agendar com os "amigos" ou "colegas" todas as semanas. E tal como ele refere, servem para quê? Para simplesmente se debater politica, trabalho ou futebol! Esses jantares são meros encontros superficiais onde ninguém é 100% transparente e ninguém está ali por puro prazer. É o jantar de ocasião, que todos levam a mal se não formos mas que se formos ninguém dá importância e lhes é irrelevante! Definitivamente uma perca de tempo!
Não considero o escritor tão extremista assim, porque eu também por vezes o sou e por essa mesma razão compreendo a maneira agressiva e rispida dele falar! Existem situações que são revoltantes!
O livro refere ainda que os portugueses estão constantemente preocupados com os colégios onde colocar os filhos, ter espaço para passear etc, mas o simples facto de estacionarem fora dos passeios é para eles desconhecido! Ou até mesmo as cunhas que colocam para tudo e mais alguma coisa (a cunha no médico, a cunha para não estar na fila não sei onde, a cunha para ter vaga no colégio, etc etc etc). Tanta preocupação e tão pouca moralidade.
Tanta preocupação para umas coisas e outras ficam completamente no esquecimento, se é que alguma vez foram lembradas ou consideradas relevantes.
O tipico português tem sempre uma opinião a dar em tudo, tem sempre uma indicação, uma referência, um amigo do amigo que disse não sei o quê! Se é amigo do amigo que interessa o que disse, se ne conhecemos essa pessoa?! Meras Palavras soltas no vento.
O tipico português é aquele que prefere comprar um carro em 2ª ou 3 ª mão mas de uma marca de gabarito, uma marca conceituada! Sim porque como não tm dinheiro para comprar um bom carro em primeira mão então que seja em 3ª. Mas eu pergunto, se não tem dinheiro para que compra um carro de uma marca XPTO ou mais cara?! Porque não opta por um carro de 1ª mão mas de uma classe mediana / baixa?! Ou então um em 2ª mão mas também de uma marca inferior?!
Mas não... o tipico português gosta de exibir aquilo que não tem! E quanto mais necessidade tem de mostrar aos outros, mais se denota a frustração dele!
Já viram algum verdadeiro rico colocar no mural do facebook que fez isto e aquilo? Uma coisa é contar certas histórias num jantar de amigos, num outro contexto, mas ter essa necessidade de mostrar ao mundo o que fez ou deixou de fazer isso é simplesmente ridiculo!
Pedro Boucherie fala também do português que nunca aceita pepsi em detrimento de coca-cola, não gosta de cunhas mas está sempre a pedi-las, não gosta de incomodar mas incomóda (como o exemplo que ele dá: "Não quero incomodar mas....").
Tantas frases tipicas:
"Não quero interromper mas...."
"Dá aí um jeitinho..."
"... nada de jeito"
"...eu tenho um amigo que..."
O tipico português é aquele que só viaja para a República Dominicana, Cuba, Jamaica (caraibas com TI) e diz que já viajou imenso!
O português caí no ridiculo porque quer demonstrar-se eróico perante actos banais e sem cultura. Existem portugueses que vão a esses destinos mas nem chegam a visitar o Chitzen-Itza por exemplo! Como é possivel?
Pedro fala também naquelas pessoas que têm animais domésticos e insistem em que os outros lhes peguem ou lhes façam festas.... Ou pior que isso, passem a vida a falar nos animais como se eles fossem as criaturas mais inteligentes do universo! Confesso que considerei que ele aí exagerou um pouco, mas a verdade é que ninguém é obrigado a ter de ouvir estas conversas! Mas quantas vezes ouvimos coisas que não nos interessam e sorrimos por mera simpatia e para sermos cordiais!
Ele fala ainda de vários tipos de faladores, já nõ me recordo a nomenclatura que atribui aos vários tipos, mas lembro-me que um deles são aquelas pessoas que falam imenso, geralmente aos gritos ou em tom elevado, não deixam os outros falar e não dizem nada de jeito! Isso é o prato do dia em Portugal!
Pedro Boucherie disse uma coisa no seu livro que concordo em pleno, como tantas outras, mas esta é a mais pura das verdades... Portugal é dos países com maior resistência à mudança.... A provar isso temos as pessoas (de várias idades) a lamentarem e recordarem-se sempre de coisas que já aconteceram, seja da comida que comiam, sejam dos programas de TV que viam, seja daquela viagem tão antiga que ainda nem havia metro mas que adoraram, seja de recordações da adolescência super ridiculas, enfim! Mas que seca falar de coisas tão passadas! As pessoas vivem no passado e não no presente ou futuro! Por isso somos considerados pessoas acomodadas.
É como a história da efectividade.... O simples facto de se dizer a alguém que se abdicou de uma situação de efectividade para outro trabalho sem esse beneficio, já é razão para terceiros tecerem o seguinte comentário "estás completamente louco" "isso assim não valeu a pena".
Claro,o tipico português vê a efectividade como a coroa da rainha! Ninguém lhe a tira a não ser na morte ou na sua renúncia pela própria vontade. O importante para o português é a estabilidade e a monotonia! Eu pergunto, como é possivel haver entusiasmo e alegria numa vida assim?!
Tenho pena de não abordar aqui todos os temas que ele referiu no seu livro, mas não me recordo!
Somos pouco patriotas mas a verdade é que é dificil ser quando Portugal é representado por pessoas que nada têm a ver com o que fomos em tempos.