Os países que já visitámos!

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Vitimas Portuguesas - 11 de Setembro

Hoje, dia 11 de Setembro, após 10 anos dos atentados que ocorreram em New York, inaugurou-se um Memorial no Ground Zero em homenagem aos falacidos nesse dia!

De tantas pessoas que faleceram, 5 delas eram portugueses! Todos eles do sexo masculino!

Não pude deixar de fazer uma postagem aos 5 portugueses que residiam nos EUA.


João Aguiar Júnior, de 30 anos na altura, mais conhecido como JJ, saíu no dia 11 de Setembro bem cedo de Colts Neck, no Sul de New Jersey (onde está localizada grande comunidade portuguesa), da casa de sua namorada (Lisa Singer, de 29 anos na época). Optava sempre por ficar na casa da noiva, uma vez que ela residia num amplo espaço verde e onde faziam longos passeios a cavalo, em vez de ir para o seu apartamento de Hoboken (perto de Manhattan). Dirigiu-se então de automóvel para aAtlantic Highlands, onde apanhava o hovercraft que o deixava junto ao WTC. Entra no elevador da Torre Sul onde trabalhava no 87º andar e às oito e meia em ponto está no escritório da empresa de corretagem e gestão de património Keefe, Bruyette & Woods (KB&W), onde desde há duas semanas tinha sido nomeado o vice-presidente. Fora promovido pouco depois de receber o certificado de analista financeiro, que lhe levara três anos a conseguir. Passou a dirigir a secção de gestão de património, com uma equipa de cinco pessoas.
Quando chegou ao seu escritório, cumprimentou a secretária Lilian e ouviu-se uma explosão na torre vizinha. Ele e os seus 4 colegas foram à janela tentar perceber o que acontecera mas não chegaram a grande conclusão. João tentou contactar a sua namorada, que como estava a conduzir não atendeu. João deixou um recado no telemóvel dela dizendo "Aconteceu algo no WTC, mas estou bem". Quando a sua noiva sabe do sucedido (já depois de ter ouvido a mensagem) tenta entrar em contacto com ele mas as linhas já se encontravam congestionadas.  JJ ordena a evacuação do escritório e sai com Lilian pelas escadas, para apanhar, dez pisos abaixo, um elevador que desce mais depressa ao piso térreo. Nessa altura não havia pânico, uma vez que as chamas estavam apenas na torre do lado. Enquanto a secretária desce, o executivo português decide voltar atrás para convencer os outros colegas a saírem. Os colegas que estavam a descer com ele nunca mais o avistaram. Sabem apenas que antes de João abandonar o edificio ia dar o alarme aos funcionários do Banco Fuji, nos andares 60 e 61º com quem tinha trabalhado até há 2 anos atrás.  É nessa altura que se dá o segundo embate, precisamente na área para onde JJ se dirigia.
O seu pai recebeu a noticia do atentado como quase toda a gente, pela TV. Encontrava-se em Sintra, onde morava (Galamares) com a sua mulher (Diane, cidadã norte-americana) a passear com amigos dos EUA, quando viu uma multidão em frente das imagens televisivas. Assustado tentou entrar em contacto com o seu filho mas o tlm foi abaixo.
JJ completou o liceu em Carcavelos, no Colégio Saint Julian's, e tinha amigos desse tempo a residir em Nova Iorque. Prosseguiu o ensino superior em inglês, regressando aos EUA para se formar em gestão financeira, primeiro na Universidade de Adelphy, Long Island, e depois na Universidade George Washington.
A família, mal soube da sua localização, no momento do segundo embate, perdeu a fé de encontrar JJ com vida.


António Rocha, de 34anos na altura, corretor na Cantor Fitzgerald Securities, empresa que ocupava os pisos 101, 103, 104 e 105 da torre norte do WTC, a primeira a ser atingida pelos pilotos suicidas. António estava no mais alto. Confirmando os piores receios da família, o corpo de Tony foi encontrado no domingo, 16, sob as ruínas das torres. Tony deixou a mulher, Marylin, uma luso-americana de 29 anos, e dois filhos: Alyssa, 3 anos e meio, e Ethan, de 6 meses.
Como todos os dias, naquela terça-feira Tony tinha entrado no escritório às seis da manhã. O seu trabalho, como chefe da sala de operações, depende dos fusos horários, recebendo informações dos mercados europeus para as transmitir às praças latino-americanas e asiáticas. Enquanto assistia de lugar privilegiado ao nascer do sol em Nova Iorque, comunicava via Internet com um primo, residente em Aveiro. O diálogo acabou pouco depois das oito, momentos antes de um avião chocar contra o edifício.
Nesta altura, Augusto Rocha (o pai) estava a iniciar o seu dia nas Bahamas, onde dirigia uma unidade do Unibanco, do Brasil. O banho matinal é interrompido por uma chamada do filho mais novo, Jason, 21 anos. «Pai, pai, o WTC está a arder, o Tony está preso.» Augusto ligou a TV e assistiu ao segundo impacto em directo. Tentou contactar com Tony, mas este não atendeu. O seu último telefonema fora para Marylin: «Um avião bateu contra o WTC, há fogo, muito fumo, mas não te assustes...» A mulher não compreendeu as últimas palavras e deixou de o ouvir.
O corpo foi identificado pelo cunhado, Chris Trucillo, com quem programara gozar férias nas Caraíbas, na segunda quinzena de Setembro.
Embora tenha crescido na América, Tony falava português sem sotaque. Em 1994, já com o curso de administração de empresas concluído, Tony casou com Marylin Marques, na catedral de Newark. Namoravam há sete anos. Além de um homem de família, Tony tornou-se num respeitado corretor e, ao fim de uma ligação de oito anos à firma Garban Financial Market Securities, em Wall Street, aceitou o convite da Cantor Fitzgerald Securities. Esta empresa perdeu 700 dos seus mil funcionários, entre os quais o irmão do próprio presidente, que revelou, num depoimento dramático, que só não estava no escritório porque se atrasou ao deixar o filho no colégio.


Carlos Costa, 41 anos, engenheiro electrónico na Autoridade Marítima, foi outro dos portugueses que faleceu. Rita Costa, 37 anos, era a esposa de Carlos. Segundo o relato da supervisora de Carlos, tudo aponta para que também este português tenha colocado a ajuda aos vizinhos da torre sul à frente da sua própria vida. Após o primeiro impacto, é avistado a descer as escadas, entre o pó e o fumo. Mas detém a corrida, há gente presa no elevador. Carlos e dois colegas tentam tirar as pessoas daquela prisão. Não se sabe se conseguiram.
Rita que estava em casa e preparava-se para sair para o emprego, numa escola primária, na cidade de Elizabeth, em New Jersey, vê as notícias de terror da TV, que mantém ligada durante o pequeno-almoço. Tentou telefonar-lhe de imediato através de TLM e do pager. Não receberá nenhuma resposta e, ao fim do dia, declara o desaparecimento do marido às autoridades.
Carlos da Costa era natural de Viseu e quando chegou, com os pais, à América tinha 9 anos. A família estabeleceu-se em Elizabeth. Foi lá que cresceu e fez os estudos, até ao liceu. Só saiu para completar o curso de Engenharia Electrónica, em Albany, a capital do Estado de Nova Iorque. Casou, em 1987, com Rita, natural da Mealhada, residente em Newark desde os 14 anos. Têm dois filhos: Carlos, na altura com 14 anos, e Daniel, com 10.



Manuel Mota, de 43 anos, era Decorador de alguns dos mais prestigiados restaurantes de Manhattan. O seu nome chegou a figurar em revistas da especialidade, garante Barbara da Mota, sua esposa, 36, paraguaia, grávida de três meses, que se recusa a acreditar na morte do marido.
Foi precisamente o prestígio profissional que levou este director de projectos de uma empresa de construção ao 107.º andar da torre 1 do WTC. Tinha uma reunião marcada com os donos do restaurante Windows of the World, que queriam fazer obras de ampliação. Chegou dois minutos antes de o primeiro avião se despenhar 20 pisos abaixo. A esposa de um dos colegas de Manuel telefona para Bárbara mas face a se aperceber que ela não de nada não lhe adianta nada.
Até que uma amiga lhe liga e lhe comunica o sucedido.
Bárbara liga para o seu telemóvel, mas este não dá sinal, contacta com Mark, um dos colegas de Manuel na Bronx Builders Inc. Mark confirma que o grupo estava no WTC à hora errada. Recebera um telefonema de Joshua, o terceiro elemento, pouco depois do primeiro impacto. Todos estavam bem e mantinham-se juntos.
Segue-se a derrocada das torres. Manuel da Mota está no grupo dos portugueses desaparecidos.
Manuel tinha 2 filhos do primeiro casamento: Justin 21 e David 19 e ainda Chris de 10 anos do 2º casamento.

Manuel Mota costumava dizer que não sabia de onde era: Portugal, África ou América? Nasceu em Vila Nova de Gaia, mas aos 7 anos fez as malas com o resto da família e partiu para Luanda, onde o pai tentava a sorte como professor. Com a descolonização, regressou a Portugal, mas não se demorou. Conheceu uma americana que gozava férias no país do sol e, pouco depois, levou-a ao altar em Nova Iorque, outro novo amor.
Trabalhou sempre no negócio da madeira. Chegou mesmo a constituir a sua própria empresa, em Newark. Não se deu mal, o sucesso levou a Bronx Builders a fazer-lhe um convite irrecusável. A empresa de Manuel seria integrada nessa grande companhia, em troca de uma participação na sociedade. Nesta fase, já estava casado com Barbara, que deixara Assunção para se radicar em NY.
O nome de Manuel Mota é bastante popular entre a comunidade portuguesa de Queens, onde viveu antes de se estabelecer no sossego de Long Island, há cinco anos. «Às vezes, as pessoas aqui têm uma tendência para serem egoístas e a se agarrarem ao dinheiro. Ele não era assim», afirma João Ferreira, 53 anos, dono do restaurante O Lavrador, em Jamaica, bairro de Queens.
Manuel era muito mais do que um cliente frequente, que ia ver o campeonato de futebol português, na RTP Internacional, ou o Benfica, na SIC. Foi ele que renovou as madeiras do restaurante, há oito anos, e quem se prontificou para ir recentemente à Pensilvânia comprar tábuas para um novo trabalho de carpintaria. Deveria ainda dar conselhos sobre as obras na casa de João Ferreira, em Barcelos, quando visitasse Portugal, no fim deste mês, numa segunda temporada de férias (entre os sete irmãos e muitos sobrinhos), depois de uma semana em casa com a família, nos dias que antecederam as acções suicidas.
Na bagagem, Manuel traria a boa nova da gravidez de Barbara.



 
António José Rodrigues, de 36 anos na época, trabalhava na Rua 42, no Terminal de Autocarros. No dia 11 de Setembro recebe a ordem de acudir às vítimas e ajudar na evacuação das torres gémeas. Está tudo muito confuso. O fumo é cada vez mais intenso e é-lhe pedido para ir aos pisos subterrâneos, buscar máscaras e garrafas de oxigénio.
Quando desceu, caiu uma torre.
O facto de estar nos pisos subterrâneos pode ser uma vantagem - era o que pensavam os seus familiares. É que por baixo do WTC havia um mundo equivalente a sete andares. Pode estar encurralado, mas vivo, acreditou Jorge da Silva.
Tozé é um emigrante tardio. Partiu para Nova Iorque aos 16 anos e sozinho, deixando os pais em Faro. Juntou-se aos tios e a Jorge, em Queens, onde começou por trabalhar numa empresa de canalizações. Não teve dificuldades de adaptação, até porque a área foi «colonizada» por milhares de portugueses. Rapidamente, ficou conhecido por «Shorty» (Baixinho) por causa do seu metro e 90 de altura.
Alistou-se na NYPD (polícia de NY). Não gostou da experiência, recuou e jogou de novo, agora na autoridade marítima, que integrava há menos de um ano. Após o casamento com Cristina Rodrigues, 23 anos, uma professora primária luso-americana, mudou-se para Long Island e teve dois filhos, uma menina de 7 anos e um rapaz de 4.
Na manhã de terça-feira, 11, saiu muito cedo, às cinco e meia da manhã, porque a viagem para a área financeira da grande cidade pode demorar duas horas e ele começa a trabalhar às oito. Mudara de turno no início do mês, para passar mais tempo com a família.
Deixou 2 filhos!